This Is Not a Scene: Entrevista com Zach Myers

Quando o Shinedown estava em turnê no Reino Unido com Alter Brigde e Halestorm, o guitarrista Zach Myers concedeu uma entrevista ao site This Is Not a Scene e comentou sobre os álbuns da banda, sua coleção de tênis, público europeu e norte-americano, como foi gravar/filmar os covers escolhidos pelos fãs e mais.

Confira:
Há um tempo, durante a turnê britânica com o Alter Bridge, Shinedown e o Halestorm, nos trancamos em uma sala com o guitarrista do Shinedown, Zach Myers. Ele falou sobre o povo britânico ser mais inteligente do que os americanos, resgate de guitarras em edifício em chamas, e Bon Jovi jogando uma chave de fenda nos trabalhos para o álbum de covers acústicos.

Vamos ser diretos então, Zach. Você vendeu uma quantidade estúpida de discos ... você tem o melhor emprego do mundo?
(rindo) SIM! Eu estava falando sobre isso hoje, eu tenho essas pequenas epifanias na vida onde eu vou estar sentado lá e vou estar pensando... a guitarra fez isso! Quero dizer, pensar nisso, tudo que fiz foi tocar guitarra, e eu estive ao redor do mundo uma trinta vezes, apenas tocando guitarra. Sim, eu tenho o melhor trabalho do mundo. Eu amo o que faço e todos nós amamos o que fazemos, nós apreciamos os nossos fãs e nós realmente tentamos mostrar que... Você não está realmente indo para ver um show melhor que esse, talvez atuando seria divertido, só porque você tem a chance de ser outra pessoa. Mas eu suponho que nós também somos diferentes no palco de quando estamos fora.

Você mudaria ou pelo menos tentaria fazer algo diferente, como atuar por exemplo?
Sim, eu acho que seria divertido. Eu acho que é uma expressão de si mesmo e eu acho que não importa o que você interprete, se é um papel ou algo assim,  sempre haverá uma parte de você nisso, eu acho que isso daria apenas uma chance de se expressar em uma tomada diferente.

Faz sentido, eu reconheço. Mas voltando a turnê... Esta é uma turnê do Alter Bridge... mas você já vendeu muito mais discos do que eles...
Sim, sim, mas é diferente, entende... Nos Estados Unidos, esta turnê poderia não ir bem, mas esses caras, eles fazem um sucesso estrondoso aqui. E para nós, nós nunca fomos uma banda movido pelo ego. Quero dizer, somos todos homens, por isso temos os nossos próprios egos, mas como uma banda, nós nunca tivemos um ego. Como banda, nunca dissemos "nós não vamos tocar com esta banda porque somos maiores do que eles em um determinado mercado". Nós não achamos que não podemos tocar com qualquer banda, só porque nós já vendemos mais discos do que eles. Por aqui, eles são uma banda muito maior do que nós, com certeza!

Você acha que é refrescante, talvez, não ser tão reconhecido aqui, como você é nos Estados Unidos?
(Risos) Não... Eu quero ser maior aqui! Mas eu acho que vamos ser, estamos trabalhando nisso por um bom tempo. O Alter Bridge tem feito isso há muito mais tempo que nós. Nosso primeiro show no Reino Unido foi abrindo para o Alter Bridge no "The Astoria". Esse foi o nosso primeiro show no Reino Unido, foi 666; 06 de junho de 2006.

Eu acho que os vi pela primeira vez aqui com o Disturbed.
Sim, mas isso foi em 2008. Fizemos três shows em 2006, 6 de junho de 2006 e, em seguida, fizemos Rock am Ring e Rock Im Park.

Ah, é verdade foi com o "The Sound Of Madness", o álbum que foi estratosférico.
Esse mesmo!

E você acha que por conta disso rolou uma pressão em vocês, quando lançaram o “Amaryllis”?
Eu acho que depende de quem você perguntar (risos)! Se você me perguntar, então, sim, mas se você perguntar ao Brent, então eu não acho que ele estava preocupado com isso. Eu penso em mim e no Barry, nós éramos os mais preocupados, quero dizer, o Brent estava bebendo muito durante a turnê do "The Sound Of Madness". Quero dizer, ele está longe das drogas há sete anos, mas ele ainda estava bebendo, então eu acho que foi, bem, não chega a ser um borrão, mas foi diferente para ele. O que quero dizer é que para nós, eu vi o sucesso que veio com esse álbum, e eu estava meio que 'Eu espero que nós possamos superar isso!', e eu honestamente acho que nós fizemos isso. Quero dizer, obviamente, a indústria tem ido um pouco para baixo e este álbum não chegou nem perto em vendas como muitos outros, mas você sabe né...

Então ele é muito mais popular aqui né, digo, por ele ser mais obscuro?
Sim, "Amaryllis" é maior aqui do que nos Estados Unidos.

Eu pensei mesmo que parecia mais favorável para o mercado europeu.
Sim, eu acho que é um disco mais artístico também. Quer dizer, eu acho (risos), é aqui que eu começo a me complicar ... Acho, que há um público mais inteligente aqui. Quero dizer, eu não estou dizendo nada contra o meu país, amo minha casa. Eu só acho que há pessoas nos Estados Unidos que só querem ouvir o mesmo álbum mais e mais e mais e mais vezes novamente. Embora isso não seja uma falha. Há bandas que ouço, que eu amo o progresso mas eu penso 'Eu gostaria que eles não fizessem isso!'. Mas é por isso que eu acho que esse álbum foi melhor por aqui. É um pouco mais inteligente do que o "Sound Of Madness".

Qual álbum você tem mais orgulho?
Este.

E há alguma faixa em particular que você prefere, uma que você realmente goste de tocar ao vivo?
O que me atinge mais é "Bully", porque foi uma das primeiras músicas que escrevemos para o álbum e foi apenas sobre as minhas e as experiências pessoais do Brent. Mas então, a minha música favorita para ouvir é ‘Through The Ghost’, nunca tocamos ao vivo, mas eu a amo, e 'I’ll Follow You" é provavelmente mais uma das minhas favoritas. Eu amo "I’ll Follow You".

Eu concordo com você! Desculpa fugir do assunto, mas eu não pude deixar de notar os seus tênis (Nike preto com laços roxo e rosa...), e eu tenho certeza que eu li em algum lugar que você tem centenas deles... por quê?
Bem, isso vai soar estranho. Não se trata de tênis para mim, não começou assim. É mais sobre Michael Jordan. Eu simplesmente amo Michael Jordan. Sempre foi um dos meus heróis ao longo da vida. Suas citações e as coisas que ele dizia. Um cara tão direcionado e eu também sou um cara direcionado. Foi tudo por causa do Michael Jordan.

Me lembro dos pontos altos da minha vida, foi tudo Michael Jordan ... é provavelmente por isso, então eu tendi para o lado visual da coisa... Você sabe, eu nunca fui viciado em drogas ou qualquer coisa. Eu nunca nem usei uma droga na minha vida... Eu realmente vicio em porcarias! (risos) Você sabe o que quero dizer, eu fico viciado em comprar porcarias... Você sabe que eu entrei e sai disso.

Muito bom para você, se você tem condições...
Sim, claro! E eu tive sorte o suficiente para ser capaz de fazer isso. Eu provavelmente tenho de 200 a 250 pares de tênis.

E quantos você trouxe com você para a turnê?
Dois (rindo) é apenas uma pequena turnê! Eu realmente fiz uma mala pequena. Eu tenho esse, e eu estava com o Nikki Sixx semana passada e eu comprei um Converse. Ele me convenceu a comprar o Converse. Eu não usava Converse há muito tempo... e eu tenho um outro par de Jordans, como estes que eu uso no palco.

Algum outro elemento essencial que você traz em turnê com você, alguma coisa que você não consegue ficar sem?
Laptop, sempre. Eu costumava trazer Gatorade dos Estados Unidos porque o gosto é diferente por aqui! Eu costumava trazer Skittles dos Estados Unidos porque o gosto diferente também. Vocês, seus Skittles com gosto de remédio (risos). Eu não sei se você sabe disso!

Não, não posso dizer. Nunca provei Skittles americanos.
Eu não sei se eles são melhores ou piores. Eu só sei que aqui o gosto é realmente diferente. Mas, Laptop, carregador de telefone... Eu sou muito simples, embora , eu sou viciado em Breaking Bad agora. Eu entrei nessa onda, por isso estou profundamente ligado nisso agora.

Então isso é o que te ajuda durante na turnê. Já tocamos no assunto mais cedo, sobre comprar besteiras e o que você já comprou... Você tem uma coleção de guitarras bastante extensa.
Sim, claro! (grandes sorrisos)

OK então, com isso, se a sua casa estivesse queimando, e se você só pudesse salvar uma delas, Qual seria? 
Meu Deus, seria um desperdício. Eu tenho uma Stratocaster 1954. É uma das primeiras 100 Strats já feitas. O número de série é 000076 . Então seria a 76ª  Strat da história. Mas eu também tenho uma sunburst Les Paul 1958. Então o fogo teria que estar bem na minha bunda para eu ter que escolher entre uma delas (risos). Mas eu não tenho tantas Les Paul.

Você as usa nas gravações ou são apenas itens de colecionadores?
Oh, ambos. A '58 eu usei em ‘Amaryllis’ e eu faço um monte de coisas em músicas para outras bandas. Tipo, ‘chega aí e toca um solo ou qualquer outra coisa’ . É ai que começo a usar um monte de coisas. Eu só uso PRS no palco.

Claro , eu quero dizer que você tem a sua própria marca.
Eu sei, essa me deixa louco.

Como funciona a assinatura de guitarra? É como um álbum, você sabe, faz o álbum e alguém o produz, mas você ganha dinheiro com isso. Você tem royalties das guitarras?
Sim... oh sim...

Então, se eu for para o meu revendedor local da PRS, comprar uma assinada Zach Myers, você vai ganhar um pouco de quê?
Sim, sim... bem, não um pedaço (risos), pequeno pedaço. Eles fazem o dinheiro, mas sim, eu e Mark (Tremonti), e todos esses caras, temos a mesma coisa. Todos nós fazemos a mesma quantidade de dinheiro.

Você e Mark já tocaram contra o outro? Você sabe... 'meu modelo tem três 'humbuckers'... o seu não', esse tipo de coisa?
Ahhh não... eu quero dizer, ele tem um americano e eu não. Mas o meu sai em janeiro, é muito legal e eu estarei tocando nesta noite.

O que há de especial nisso?
Eu não posso dizer, eu não posso te dizer (risos). Eu nem deveria lhe dizer que será lançada em janeiro. Agora estou realmente esperando que esta entrevista não seja lançada até o meio do próximo ano. Eu irei tocar com uma nova hoje à noite, porém, ele vai sair no NAMM, e é incrível.

Bem, você diz que tem tocado para outras bandas, você tem seus dedos achatados. Que história é essa de ter sua própria empresa de gestão?
Ah cara, eu não faço mais isso. Foi como uma coisa de Wikipedia. As pessoas escrevem o que querem escrever lá. Eu estava administrando uma banda de amigos, apenas para ajudá-los. Quero dizer, o Shinedown é bem feito, eu fiz bem, fiz meus contatos. Então é por isso que eu meio fiz isso, mas não faço mais. O Shinedown ocupa muito tempo e eu vou me casar no próximo ano.

Parabéns!
Obrigado, então, eu não tenho muito tempo para administrar outra banda ou qualquer coisa. Você sabe que tenho que lidar com esses três caras (risos), eu não quero ter que lidar com os outros!

Bem, uma outra coisa que eu queria falar com você é sobre o álbum de covers... o que está acontecendo e o qual é o estado?
Estamos tentando descobrir isso agora. Tudo deve ser esclarecido. Em primeiro lugar, seria lançado sem nenhum problema. Nós estávamos indo para gravar, filmar e liberar. Fomos fazer uma filmagem barata, mas depois tivemos o Darren Doane, o cara que dirige todos os nossos vídeos, então ficou de um modo muito legal, queremos lançá-lo como álbum também. Isso é quando você vai publicar, tem que ter permissão e dois artistas ficaram como 'não gostamos que ninguém realize cover de nossas músicas'... eu não vou dizer quem, Bon Jovi (risos), e então foi tipo isso. Ele será lançado, em breve.

Será lançado como um álbum?
Sim, os dois, e eu acho que você vai ser capaz de comprar os vídeos no iTunes também, mas eles vão ser definitivamente publicados no YouTube.

OK, foi divertido de fazer?
Ah sim, foi ótimo, muito divertido. O Brent é um ótimo cantor. Eu amo ouvi-lo cantando outras músicas que não são nossas. Eu quero dizer, nós fizemos em dois dias. Cinco músicas por dia, super simples. 'Nothing Else Matters' do Metallica teve três tomadas. O restante teve uma ou duas. Nós fizemos uma versão de 'In The Air Tonight' do Phil Collins. Nós não ensaiamos. Eu meio que comecei a tocar e ele foi cantando, e só se tornou um momento especial quando todas as luzes no estúdio ficaram apagadas, então é um vídeo realmente dark mas, foi muito, muito legal.

Mal posso esperar para ouví-las. Então, finalmente os festivais, você gostaria de voltar... especialmente considerando que vai se casar?
Ah sim, digo, só vai demorar um mês e depois eu volto. Será em agosto. Digo, eu adoraria. Adoraria nos ver no Download no próximo ano. Gostaria de nos ver em vários outros festivais. Não participamos de vários do Reino Unido, apenas no Download... quais outros são? Não somos suficientemente pesados para Bloodstock! Eu adoraria participar do Download novamente.

Nós sempre temos as discussões sobre os headliners. Parece que não temos ninguém chegando, temos os mesmos caras todo ano. Metallica, Iron Maiden... você acha que está na hora de passarmos para outro nível?
Acho que sim, mas eu entendo de onde eles estão vindo. Com essa magnitude, você precisa ter um Metallica. Para encerrar o show, você precisa de um AC/DC. Você precisa de tudo isso. Digo, nunca tocamos no palco principal do Download. Tocamos em um dia na última vez, foi ótimo e nos divertimos muito. Foi incrível, mas é, adoraríamos tocar no palco principal no próximo ano. Acho que deveríamos.

Bem, vamos fazer isso acontecer. Ouça, eu vou deixar você sair, muito obrigado pelo seu tempo, e espero te ver no Download.
Não tem problema, obrigado, e vamos nos ver lá.